As alterações dos ciclos na natureza trazem mudanças de temperatura e humidade, é um facto. Estes fenómenos são propícios ao desenvolvimento de várias doenças sazonais provocadas pela proliferação de vírus e bactérias.
Cada estação ou fase do ano tem as suas doenças características: no outono e inverno, por exemplo são as doenças respiratórias as mais comuns, enquanto que na primavera e no verão são as alergias que predominam.
Neste artigo vou dar destaque às doenças sazonais, tais como: gripes, constipações, bronquites, pneumonias, otites e gastroenterites.
Com a evolução e o uso frequente de tratamentos convencionais, sobretudo com o uso abusivo de antibióticos, a sociedade enfrenta um problema grave, proeminente e real de saúde pública – a resistência aos antibióticos. Sendo eu farmacêutica de profissão, lido diariamente com este problema e sinto cada vez mais responsabilidade e sentido de missão em ensinar e mostrar às pessoas que existem outros caminhos, que
a aromaterapia pode ser uma alternativa natural e eficaz para a prevenção e tratamento de inúmeras patologias.
A AROMATERAPIA é uma ciência reconhecida baseada na utilização dos óleos essenciais que possuem múltiplas propriedades com o intuito preventivo e curativo.
Vantagens:
➢ respeito pelos ecossistemas;
➢ ação simultânea sobre vários agentes patogénicos (vírus, bactérias, fungos, leveduras…);
➢ sem toxicidade quando bem utilizado;
➢ nenhuma resistência conhecida;
➢ efeitos secundários mínimos.
Os óleos essenciais são altamente concentrados e têm o poder de tratar as doenças de forma eficaz e rápida. Há mais de 19 000 estudos científicos aos mais altos níveis relativamente ao uso dos óleos essenciais nas doenças sazonais. Os óleos essenciais têm um enorme destaque devido à eficácia e aos seus efeitos antimicrobianos, anti-inflamatórios, analgésicos, mucolíticos, antifúngicos, antivirais e, ao mesmo tempo, sem a resistência e raros efeitos secundários.
Da prevenção ao tratamento das doenças sazonais os óleos essenciais atuam em múltiplas áreas e podem ser utilizados de quatro modos:
✓ difusão ativa através de um difusor ultrassónico;
✓ difusão passiva (inaladores, colares e pulseiras, bola de algodão, etc…)
✓ topicamente, previamente diluídos;
✓ por ingestão – unicamente sobre a vigilância de um médico ou aromaterapeuta. Tendo em conta uma série de fatores como a patologia, a gravidade, a idade e as doenças associadas, é necessário domínio e precaução na sua utilização.
Para uma maior segurança e eficácia, procure sempre um aromaterapeuta, que vai indicar quais, como, onde, quando e quanto tempo vai ser necessário o uso dos óleos essenciais, hidrolatos ou óleos vegetais.
Os óleos essenciais também têm um papel importante na limpeza das superfícies e purificação do ar da casa, escritório ou carro, combatendo a dispersão dos germes, diminuindo o risco epidémico e evitando a contaminação. Além de purificar, a aplicação aromática é uma maneira mais simples, segura e eficaz de usar os óleos essenciais para promover um ambiente calmante, estimulante, energizante e renovador.
O uso tópico permite aplicar os óleos essenciais devidamente diluídos nas regiões especificas do corpo (pulsos, têmporas, peito, costas, abdômen, planta dos pés…) para um maior alcance do efeito terapêutico. Deste modo é possível fluidificar as secreções, acalmar a tosse, aliviar a febre e as dores, diminuir inflamação, estimular a imunidade, etc…
Alguns exemplos de óleos essenciais mais utilizados que possuem ação:
Antiviral, antibacteriana e fungicida
❖Lavanda (Lavandula angustifólia);
❖ Árvore de chá (Melaleuca alternifólia);
❖ Tomilho (Thymus vulgaris);
❖ Niaoli (Melaleuca quinquenervia);
❖ Eucalipto radiata (Eucalyptus radiata);
❖ Madeira-rosa (Aniba roseadora);
❖ Limão (Citrus limonum);
❖ Ravintsara (Cinnamomum camphora cineiliferum);
Analgésica e anti-inflamatória
❖ Lavanda (Lavandula angustifólia);
❖ Hortelã-pimenta (Menta piperita);
❖ Árvore de chá (Melaleuca alternifólia);
❖ Cravo (Eugenia caryophyllus);
❖ Camomila romana (Chamaemelium nobile);
❖ Incenso (Boswellia carterii);
Mucolítica e descongestionante
❖ Niaoli (Melaleuca quinquenervia);
❖ Eucalipto radiata (Eucalyptus radiata);
❖ Alecrim com cineol (Rosmarinus officinalis cineoliferum);
❖ Tomilho (Thymus vulgaris);
❖ Hortelã-pimenta (Menta piperita);
Neste sentido podemos combinar os óleos essenciais com propriedades antibacterianas à toma dos antibióticos para aumentar a eficácia terapêutica.
Deste modo, e com todo o rigor, podemos beneficiar de um poder único dos óleos essenciais para uma maior proteção, reduzindo significativamente o tempo de tratamento e a gravidade das doenças sazonais.
Cabe a cada um de nós, em cada casa e em cada família adquirir hábitos de utilização de soluções puras e 100% naturais, com intuito de prevenção e de forma a cuidar da nossa saúde em total respeito pelo homem e pela natureza.
Sílvia Ciorici